Tudo é remix

Consegui recuperar o link de mais um vídeo muito interessante que tinha arquivado aqui no blog e que havia se perdido, como expliquei no post anterior.

O excelente “Everything is a remix” parte da tese de que a maioria da produção cultural da atualidade é uma recombinação ou reformatação de criações já existentes.

Uma das afirmações do documentário: “Dos 10 filmes de maior sucesso dos últimos 10 anos, 74 em 100 são continuações, refilmagens ou adaptações de livros, histórias em quadrinhos, videogames e etc”.

O projeto é dividido em quatro vídeos diferentes que abordam diversas áreas e aspectos da questão, começando pela música, passando pelo cinema e pelo desenvolvimento da interface do computador pessoal.

Além disso, também toca em pontos mais conceituais, como o próprio tema da autoria, do mito do gênio criador e da originalidade, e a iminente falência da noção de propriedade intelectual.

Mais informações e referências na página do projeto.

A boa notícia é que os vídeos, originalmente em inglês, foram legendados pelo pessoal do Baixa Cultura.

Vale conferir.

http://vimeo.com/38203026

16 Comentários

Arquivado em Commons, Cultura livre, Direito Autoral, Propriedade intelectual, Remix

16 Respostas para “Tudo é remix

  1. Mara Cecília

    Como disse Platão e Benjamin: a cópia!

  2. Reynaldo Carvalho

    Oi, Bia, como vai?
    Envio um poema de Ramon Mello.
    POEMA TRAVESSADO PELO MANIFESTO SAMPLER
    para Frederico Coelho e Mauro Gaspar

    I

    invadir o corpo do mundo
    aceitar
    o
    caos
    atuar no esvaziamento das certezas
    não copie e cole
    se aproprie e recrie a realidade
    use seu imaginário
    carta de alforria para um primeiro
    ato
    nem todo início é um prólogo

    II

    acredite
    você não é original
    certo
    apenas a pureza de um
    mito

    a pressão não
    é
    simples
    pratique
    sequestro saque captura
    de palavras

    não comunique aos pais
    toda palavra é
    órfã

    não
    existem palavras
    finais
    toda palavra
    é
    começo

    pirata capitão buquineiro
    promessa de geração
    00
    remix de ideias
    souvenirs
    alô waly
    ah se você ainda estivesse por aqui

    não escrever sobre
    não descrever ou reproduzir
    o mestre
    produzir escrever produzir

    eu
    estou menino
    em suas palavras
    não chame meu nome em vão
    salte a pedra
    no caminho

    III

    seja atravessado pelos poetas que lê
    aniquile as referências
    um coletivo de enumerações

    faça
    literatura sem agradecer a raduan
    ou adalgisa
    faça
    você seu retrato
    enquanto jovem

    encontre suas ideias
    a partir de
    apesar de
    (lembra dela?)
    apesar
    de

    invasor
    ao combate
    quais os limites
    do texto?
    autores originais
    não mais

    viva de uma forma política
    crie assim
    invada a cidade

    invente
    coloque tudo para dentro
    para depois respirar
    sentir e notar

    você
    eu estou colocando
    pra dentro
    o chocolate
    de tanto olhar
    ler

    IV
    propriedade coletiva
    eu sou vocês
    sou eu nos
    reconhecemos nas palavras
    lidas e não ditas e não lidas
    também
    percebe
    posse‑criação

    os
    mentirosos
    são dignos
    do amor

    deus
    em latim é fingidor
    da via
    criação
    escreva tudo
    com essa mão nervosa
    escreva escreva
    as vozes que habitam
    em ti

    no papel
    selvagem caótico
    esse texto não é
    seu nem meu
    esse texto pertence
    apenas

    ataque
    perigo ritmo
    sem receio da autocrítica
    se aproprie dos rótulos
    para destruí‑los

    plagiador sabotador
    coroe sua intimidade
    perturbe
    seus pares
    não os deixem

    presos

    no século passado
    o aprendizado
    as vanguardas e a tradição
    modos de usar
    sua língua

    esqueça os ismos
    a divisão didática
    atravesse
    seja tático

    V

    cale
    a boca de quem
    não se posiciona
    no espaço
    torne seu o que é
    do outro
    provoque todas
    as encenações institucionais
    modo de fazer
    aprender fazendo
    seu trabalho
    diário

    manipule a história
    alheia escreva a nossa

    invente
    seja autor inventor
    o leitor
    deve reconhecer seus passos
    caminho percorrido
    está
    tudo no passado

    o futuro se tropeça
    com ele

    a poesia se esfrega nas coisas
    percebe?
    ao acordar veja as coisas
    como
    as coisas todas

    espalhadas livros jornais
    mesquinhez de sua relação
    amorosa

    você pode abrir sulcos na escrita
    fluxos
    corpo é texto
    é corpo

    emancipe sua escrita
    deixem falar mal
    amanhã
    estão todos lambendo seu rabo

    discuta apenas sua
    existência
    na palavra

    leia
    escreva
    como quem atravessa
    o leitor
    subverta

    transforme o meio com a palavra
    transtextual
    células trans
    transexual
    exu contemporâneo se aloja no outro
    passado tomando o presente
    de cavalo

    VI

    ultrapasse
    a si mesmo

    amadureça
    a experiência
    seja através
    dos outros

    não trapaceie é fatal

    a verdadeira história da literatura
    uma história de ladrões

    experiência
    número infinito
    o homem forte vive

    lembre dos outros

    entenda
    as relações de força
    você ouviu de um artista de plástico
    vale tudo só não vale
    qualquer
    coisa

    as coisas negras são
    tão bonitas
    menos o cavalo

    beba
    ice tea light
    com limão e gelo
    lipton com muita cafeína
    no cafeína
    não imite
    escreva a partir
    de

    dobre a linha da folha
    dobre‑se
    você sabe que o papel
    só pode ser dobrado
    sete vezes
    hum
    modo de

    de experimentar
    os espaços
    nascemos com os mortos
    sempre

    o fim é o meio
    novo desvio
    novidade sem novidade
    caminho literário cercado de música
    ouça
    não é preciso citar
    não é

    faça
    teses para corrompê‑las
    o texto tem sentidos
    não
    sentido
    fazer ao ler
    a linguagem não indica sentido
    mas possibilidades
    as palavras
    penetram em você
    ou não

    use todos os guardanapos
    do café
    com leite e biscoito de maisena
    (compensando os 10% de mau atendimento)
    ganhar força com as ideias

    pense no tempo
    em nosso tempo
    tempo
    tempo
    tempo
    tempo

    silêncios
    incorporados na escrita
    esquecimento como aprendizado da escritura
    invasão pela leitura

    esse poema não tem
    fim
    é o meio

  3. Reynaldo Carvalho

    É verdade, o remix é tudo.
    Não vi na íntegra, mas penso que em http://vimeo.com/38203026
    a parte 4 está legendada.
    Abraços.

  4. Reynaldo Carvalho

    Bia, boa tarde.
    Na minha opinião TUDO que possui o aval do competente pessoal do Baixa Cultura é mais elaborado. Abraços.
    http://www.youtube.com/user/BaixaCultura
    (A parte 4 legendada está nesse site, chancelada pelo Baixa Cultura).

    • Sim, eu penso a mesma coisa. Queria saber se você por acaso tinha opinião diferente.

      E o Marcelo De Franceschi, do link que você me enviou anteriormente, é do Baixa Cultura.

      Um abraço,

      Bia

  5. Reynaldo Carvalho

    Bia, dia 03/08 irei para o Rio ( Saquarema) com minhas duas filhas. Convido você e suas filhotas: de 6a a 2a conversaremos sobre remix e surf. Não diga não : resposta pelo yahoo.
    Abs de seu amigo
    Reynaldo

    • Sandra

      Olá, prof. Reynaldo, quero agradecê-lo pela citação de meu nome em sua Tese. Eu a li, verdadeiramente um Estudo!
      Se puder passar email para contato, agradeço.
      Sandra

  6. Reynaldo Carvalho

    Bom dia, Bia.
    Tudo bem?
    Outro vídeo que “desapareceu” foi o RIP!: a Remix Manifesto.
    Ou sou eu que não o estou localizando?
    Existe uma versão integral em
    http://fastblog.marcogomes.com/rip-a-remix-manifesto-o-melhor-documentario-q
    Abs.

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